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Governo usa desgaste do Congresso para pressionar por fim da escala 6×1

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Governo usa desgaste do Congresso para pressionar por fim da escala 6×1

Planalto adota postura de mais alinhamento à redução da jornada de trabalho enquanto Legislativo sofre crise de imagem nas redes sociais

Lula-94 Governo usa desgaste do Congresso para pressionar por fim da escala 6×1

De olho nas eleições de 2026, o Palácio do Planalto deu um novo fôlego à campanha pelo fim da escala de trabalho 6×1, em um momento em que o Congresso está com a imagem desgastada nas redes sociais e vive uma crise na relação com o governo Lula.

Na avaliação de petistas, tornar o tema uma bandeira do governo é uma forma de marcar posição junto ao eleitorado, mesmo sabendo da dificuldade de uma proposta sobre redução da jornada de trabalho avançar no Legislativo.

Uma pesquisa Quaest divulgada em 2 de julho mostra que 70% dos deputados federais são contrários ao fim da escala 6×1, o que mostra que será difícil que qualquer projeto sobre o tema seja despachado pelas presidências da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal no momento.


A escala 6×1

  • O que é: é um regime em que o trabalhador atua seis dias consecutivos e tem direito a um dia de folga, que pode ser em qualquer dia da semana. Pela lei atual, o trabalhador dessa escala deve ter pelo menos um domingo de descanso a cada sete semanas.
  • Setores que utilizam a escala 6×1: os que exigem operação contínua, como comércio, indústrias, hospitais e serviços essenciais.
  • Carga horária: a jornada na escala 6×1 costuma ser de até 8 horas, totalizando até 44 horas semanais.
  • Propostas para proibir essa escala: A deputada federal Érika Hilton (PSol-SP) apresentou uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) para acabar com a escala 6×1. Essa semana, a bancada do PT apresentou um Projeto de Lei com texto parecido.

Nesta semana, o Partido do Trabalhadores (PT) protocolou um projeto de lei (PL) que propõe acabar com a escala de trabalho 6×1 e reduzir a jornada semanal de 44 para 36 horas, sem diminuição salarial, em um sinal de que o governo tem interesse em explorar o assunto.

PT ou Érika Hilton?

Petistas apresentaram um PL sobre o tema porque entendem ser mais fácil um quórum de votos para um Projeto de Lei do que os 308 votos necessários para aprovar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC). No início do ano, a deputada Érika Hilton (PSol-SP) apresentou uma PEC propondo o fim da escala 6×1. Também existe uma outra proposta semelhante do deputado Reginaldo Lopes (PT-MG).

Até o momento, nenhuma proposta com a intenção de reduzir a jornada de trabalho avançou na Câmara dos Deputados. Os setores que se opõem à ideia dizem que haveria prejuízos para empresários e para a economia com a redução de jornada.

Pesquisa do início do ano mostra apoio da população ao tema

Um levantamento da Nexus Pesquisa e Inteligência mostra que 65% dos brasileiros apoiam o fim da escala de trabalho 6 x 1. Outros 27% são contrários à redução de jornada, 5% não são favoráveis e nem contrários e 3% não souberam opinar. A pesquisa ouviu 2 mil pessoas presencialmente de 10 a 15 de janeiro e tem grau de confiança de 95%.

O apoio à proposta de acabar com a escala de seis dias de trabalho para um de folga é de 66% entre quem está inserido no mercado de trabalho, seja de maneira informal ou formal. A aprovação sobe para 73% entre os desempregados e 76% entre os jovens de 16 a 24 anos. Já para o grupo que abrange os aposentados, pensionistas, estudantes e donos de casa, o apoio cai para 61%.

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Ango Silva, nascido no brasil em 1978, é um jornalista com uma carreira consolidada, marcada pela profundidade na cobertura de temas políticos e econômicos. Sua trajetória profissional teve início em 1999 na Rádio JB FM, onde atuou até 2010. Ao longo de sua carreira, Ango Silva destacou-se como correspondente internacional, cobrindo eventos de grande relevância,Sua dedicação e excelência foram reconhecidas com o Prêmio Maboque de Jornalismo, concedido duas vezes, e uma menção honrosa no Prêmio Kianda, na categoria de jornalismo econômico. Com uma formação que inclui um curso intensivo de jornalismo na Solidarity School of the Union of German Journalists em Berlim (1994), um estágio profissional na Deutch Welle em Colônia (1990) e cursos de técnicas jornalísticas com o BBC Training Center em Londres,