Fintechs de crédito emprestam R$ 35,5 bi em 2024; inadimplência PF sobe
Como parte do esforço para evitar os calotes, as empresas do setor ampliaram as operações com garantias, mostra estudo da PwC Brasil com a ABCD
Apesar dos juros altos e do cenário macroeconômico de incertezas, as fintechs de crédito no Brasil ampliaram o volume de empréstimos em 2024 na comparação com o ano anterior.
A inadimplência aumentou no crédito para pessoas físicas (PF), porém recuou em modalidades para pessoas jurídicas (PJ). Entretanto, a inadimplência no crédito para pessoas físicas (PF) subiu de 8,3% para 9,5%, indicando desafios no segmento. Como parte do esforço para evitar os calotes, as fintechs de crédito ampliaram as operações com garantias. Já em termos de tecnologia, a Inteligência Artificial (IA) vem sendo cada vez mais usada para aumentar eficiência interna, reduzir custos e melhorar qualidade dos serviços prestados.
As conclusões estão na quinta edição da pesquisa “Fintechs de Crédito Digital“, realizada em conjunto por PwC Brasil e Associação Brasileira de Crédito Digital (ABCD). O estudo contou com a participação de 44 fintechs brasileiras.
De acordo com o levantamento, as fintechs de crédito liberaram R$ 35,5 bilhões no ano passado, o que significa uma alta de 68% ante o volume registrado em 2023. A base de clientes PF cresceu 26%, chegando a 67,5 milhões. No segmento empresarial, o avanço foi de 67%, com destaque para micro e pequenas empresas, que respondem por mais de 70% da carteira PJ. Cerca de 800 companhias com faturamento acima de R$ 300 milhões já são atendidas por fintechs.
Conforme a pesquisa, a expansão das fintechs de crédito não é apenas quantitativa. Há um amadurecimento das empresas: um quarto delas tem mais de 300 profissionais e 13% ultrapassaram a marca de mil pessoas nas suas equipes.
Garantias X inadimplência
A utilização de garantias nos empréstimos e financiamentos, uma tendência já observada nos últimos anos, seguiu forte em 2024. A pesquisa mostra que a maioria (77%) das fintechs aceita garantias – em 2021, por exemplo, 34% das empresas tinham essa característica. Entre os tipos de colateral, consignados e recebíveis lideram, ambos com 46% de participação. Na sequência, aparecem aplicações financeiras (29%) e bens e imóveis (27%).
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