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“Inaceitável”, diz Lula sobre “intimidação” e “ameaça” de Trump a ministros do STF

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“Inaceitável”, diz Lula sobre “intimidação” e “ameaça” de Trump a ministros do STF

Estados Unidos suspenderam os vistos de Alexandre de Moraes e outros magistrados. Presidente Lula fala em “medida arbitrária”

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Donald Trump e Lula (Foto: Reuters | ABR)

– Em nota oficial divulgada neste sábado (19), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) repudiou a decisão do governo dos Estados Unidos de suspender os vistos de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). A medida foi anunciada por Marco Rubio, secretário de Estado da gestão do presidente Donald Trump, e já provocou reações no governo brasileiro. 


Lula expressou solidariedade aos ministros e classificou a decisão como “mais uma medida arbitrária e completamente sem fundamento” por parte do governo norte-americano. “A interferência de um país no sistema de Justiça de outro é inaceitável e fere os princípios básicos do respeito e da soberania entre as nações”, declarou o chefe do Executivo. “Estou certo de que nenhum tipo de intimidação ou ameaça, de quem quer que seja, vai comprometer a mais importante missão dos poderes e instituições nacionais, que é atuar permanentemente na defesa e preservação do Estado Democrático de Direito”.

 "Inaceitável", diz Lula sobre "intimidação" e "ameaça" de Trump a ministros do STF
presidente Donald Trump & jair Bolsonario

A reação do governo brasileiro ocorre após Rubio, em publicação na rede social X, afirmar que ordenou “a revogação dos vistos de Moraes e seus aliados no tribunal, bem como de seus familiares próximos, com efeito imediato”. Segundo o secretário, o motivo seria o que chamou de “caça às bruxas política” promovida por Moraes contra Jair Bolsonaro (PL), o que, na visão de Rubio, violaria direitos básicos não apenas de brasileiros, mas também de norte-americanos.


Ainda segundo Rubio, Trump teria deixado claro que sua gestão “responsabilizará estrangeiros responsáveis pela censura de expressão protegida nos Estados Unidos”. No início do mês, o republicano anunciou um tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros, relacionando a medida diretamente às investigações conduzidas no Brasil sobre a tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro de 2023.


Medidas cautelares e suspeitas de fuga – A ofensiva de Washington acontece após o ministro Alexandre de Moraes determinar novas medidas cautelares contra Jair Bolsonaro, com base em indícios de que o ex-presidente estaria articulando para fugir do país e pressionar autoridades internacionais — entre elas o próprio governo Trump — para que impusessem sanções contra o Brasil.


As providências foram justificadas por evidências levantadas pela Polícia Federal e pela Procuradoria-Geral da República, que expressaram preocupação com uma possível fuga e com gestões internacionais para desestabilizar o funcionamento das instituições brasileiras. Moraes destacou que tanto Bolsonaro quanto seu filho, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), radicado nos EUA, estariam implicitamente reconhecendo irregularidades ao buscar ingerência estrangeira em processos judiciais em curso.


Entre as determinações do STF estão: uso obrigatório de tornozeleira eletrônica, toque de recolher noturno e nos finais de semana, proibição de acessar redes sociais, vedação de contato com diplomatas e acusados, além da interdição de frequentar ou se aproximar de embaixadas e consulados. Bolsonaro enfrenta cinco acusações criminais, que incluem formação de quadrilha, danos ao patrimônio público, subversão da ordem constitucional e tentativa de golpe, podendo somar mais de 30 anos de prisão.


Retaliação política e guerra comercial – A escalada da retaliação norte-americana preocupa o Itamaraty e o Planalto, especialmente após o anúncio da elevação de tarifas de importação. Além disso, o Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR) iniciou uma reavaliação das relações comerciais bilaterais. Em resposta, o governo Lula estuda contramedidas e articula respostas diplomáticas em fóruns multilaterais.

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Ango Silva, nascido no brasil em 1978, é um jornalista com uma carreira consolidada, marcada pela profundidade na cobertura de temas políticos e econômicos. Sua trajetória profissional teve início em 1999 na Rádio JB FM, onde atuou até 2010. Ao longo de sua carreira, Ango Silva destacou-se como correspondente internacional, cobrindo eventos de grande relevância,Sua dedicação e excelência foram reconhecidas com o Prêmio Maboque de Jornalismo, concedido duas vezes, e uma menção honrosa no Prêmio Kianda, na categoria de jornalismo econômico. Com uma formação que inclui um curso intensivo de jornalismo na Solidarity School of the Union of German Journalists em Berlim (1994), um estágio profissional na Deutch Welle em Colônia (1990) e cursos de técnicas jornalísticas com o BBC Training Center em Londres,