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A Prisão domiciliar de Bolsonaro: imprensa estrangeira fala em possível piora na crise entre Brasil e EUA

Além da detenção em casa, Bolsonaro também está proibido de receber visitas

A Prisão domiciliar de Bolsonaro: imprensa estrangeira fala em possível piora na crise entre Brasil e EUA

decretação da prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro nesta segunda-feira (4/8) ganhou destaque em diversos veículos de imprensa pelo mundo.


Além da detenção em casa, Bolsonaro também está proibido de receber visitas, “salvo de seus advogados regularmente e com procuração nos autos, além de outras pessoas previamente autorizadas” pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

A prisão domiciliar foi decretada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes.

O jornal The New York Times, um dos principais veículos americanos, afirmou que as medidas de Moraes “ameaçam agravar a maior crise diplomática em décadas entre os Estados Unidos e o Brasil” — uma referência à decisão de Donald Trump de “defender Bolsonaro e impor tarifas de 50% sobre alguns produtos do Brasil, a maior economia da América Latina, a menos que o processo contra o ex-presidente fosse arquivado”.

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A Prisão domiciliar de Bolsonaro

O britânico The Guardian pontuou que a ordem de prisão domiciliar faz parte de um processo em curso no STF, no qual Bolsonaro é acusado de liderar uma conspiração para anular os resultados das eleições de 2022.

O jornal também cita a escalada de tensão entre Brasil e EUA e a aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro do STF.


O The Guardian destacou que a prisão domiciliar foi “imediatamente condenada pelos EUA”.

O Escritório de Assuntos do Hemisfério Ocidental, parte do Departamento de Estado, publicou nota na segunda-feira afirmando: “Os Estados Unidos condenam a ordem de Moraes que impõe prisão domiciliar a Bolsonaro e responsabilizarão todos aqueles que auxiliarem e forem cúmplices da conduta sancionada.”

A rede Al Jazeera, do Catar, também pontuou que o processo contra Bolsonaro tem provocado um conflito diplomático entre o Brasil e os Estados Unidos.


“No mês passado, Trump anunciou a imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, vinculando a medida diretamente ao julgamento de Bolsonaro, seu aliado ideológico”, diz o veículo.

Já o espanhol El País afirmou que a prisão de Bolsonaro não deverá ajudar as negociações do Brasil com os Estados Unidos sobre as tarifas — após acenos de ambos os países sobre uma possível abertura para diálogo.

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Além da detenção em casa, Bolsonaro também está proibido de receber visitas

“A guerra comercial está dando resultados políticos para Lula, que conseguiu incitar o sentimento nacionalista na maior economia da América Latina. Na sexta-feira, após um longo silêncio, Trump finalmente disse que estava disposto a negociar uma redução tarifária“, diz reportagem do El País.

Na América Latina, a decisão também teve repercussão.


O jornal argentino Clarín relatou que a ordem de Moraes ocorre um dia depois de “figuras próximas a Bolsonaro” publicarem imagens do ex-presidente durante manifestações em seu apoio, que ocorreram em diversas cidades brasileiras no domingo (3/8).

“Agitando bandeiras americanas e segurando cartazes com os dizeres ‘SOS Trump’, os manifestantes demonstraram apoio a Donald Trump após ele admitir ter imposto tarifas de 50% ao Brasil por processar seu aliado, Jair Bolsonaro, acusado de planejar um golpe para se manter no poder”,

O mexicano El Universal também destacou as manifestações de domingo e a subsequente determinação de prisão domiciliar.AA1JUDbN A Prisão domiciliar de Bolsonaro: imprensa estrangeira fala em possível piora na crise entre Brasil e EUA

Prisão domiciliar de Bolsonaro: imprensa estrangeira fala em possível piora na crise entre Brasil e EUA © RAA1JUykp A Prisão domiciliar de Bolsonaro: imprensa estrangeira fala em possível piora na crise entre Brasil e EUA

Prisão domiciliar de Bolsonaro: imprensa estrangeira fala em possível piora na crise entre Brasil e EUA © NATelinhaDaNoticía

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Ango Silva, nascido no brasil em 1978, é um jornalista com uma carreira consolidada, marcada pela profundidade na cobertura de temas políticos e econômicos. Sua trajetória profissional teve início em 1999 na Rádio JB FM, onde atuou até 2010. Ao longo de sua carreira, Ango Silva destacou-se como correspondente internacional, cobrindo eventos de grande relevância,Sua dedicação e excelência foram reconhecidas com o Prêmio Maboque de Jornalismo, concedido duas vezes, e uma menção honrosa no Prêmio Kianda, na categoria de jornalismo econômico. Com uma formação que inclui um curso intensivo de jornalismo na Solidarity School of the Union of German Journalists em Berlim (1994), um estágio profissional na Deutch Welle em Colônia (1990) e cursos de técnicas jornalísticas com o BBC Training Center em Londres,