Fortunas da Mídia Brasileira
O Patrimônio e o Poder das Dinastias da Mídia Brasileira em 2025: Uma Análise da Diversificação Estratégica
1. Introdução: A Fortuna Bilionária e o Cenário Mutável da Mídia Brasileira
Foto: Fotomontagem: Sala de TV (Fotos: Reprodução/TV e Divulgação/TV Globo)
O anúncio de que as famílias que controlam as três maiores redes de televisão do Brasil — Marinho (Globo), Macedo (Record) e Abravanel (SBT) — possuem uma fortuna combinada de R$ 71,8 bilhões serve como um ponto de partida para uma análise aprofundada do ecossistema de mídia nacional.
Longe de ser apenas uma curiosidade sobre o poder econômico, essa cifra representa o resultado de uma série de movimentos estratégicos e de adaptação em um mercado de comunicação em intensa transformação. O relatório investiga como o patrimônio dessas dinastias, construído inicialmente sobre o pilar da televisão, foi não apenas mantido, mas expandido e protegido, por meio de uma diversificação inteligente de seus negócios para setores que transcendem a TV linear.
A tese central desta análise é que a sustentabilidade e o crescimento do capital dessas famílias são reflexos diretos de sua capacidade de transcender o modelo tradicional de broadcasting. Ao se expandirem para indústrias como o agronegócio, o mercado imobiliário, a hotelaria e, mais recentemente, o setor de tecnologia, essas corporações garantem a longevidade de seus impérios. Essa expansão reconfigura as fontes de poder, que agora se estendem do jornalismo para a teledramaturgia e da programação linear para o domínio digital, onde a audiência se fragmenta e os novos concorrentes surgem rapidamente.
A análise a seguir está organizada em três camadas. A primeira examina a composição do patrimônio material de cada clã, detalhando seus investimentos estratégicos fora da mídia tradicional. A segunda explora o novo campo de batalha competitivo, analisando a resposta das emissoras tradicionais à disrupção digital. Por fim, a terceira camada aborda o poder imaterial, que se manifesta na influência cultural e política que essas famílias exercem sobre a sociedade brasileira.
2. A Estrutura de Poder e Patrimônio das Dinastias da Mídia
2.1. A Dinastia Marinho e a Lógica dos Investimentos Estratégicos
A família Marinho, controladora do Grupo Globo, continua a liderar o ranking dos maiores empresários da comunicação brasileira. Os dados de 2025 da revista ‘Forbes’ indicam que o patrimônio individual de José Roberto Marinho e João Roberto Marinho é de US$ 3,5 bilhões cada, enquanto Roberto Irineu Marinho possui US$ 3,2 bilhões, somando aproximadamente R$ 51 bilhões em valor conjunto. Esse montante representa um crescimento notável de R$ 16 bilhões em apenas um ano, um indicativo claro de que o sucesso financeiro da família vai muito além da audiência da TV aberta.
A chave para esse crescimento acelerado reside na diversificação e em uma estratégia de investimento que transcende o negócio principal da mídia. Por meio da Globo Ventures, braço de capital de risco da família, o grupo tem participações em mais de 30 empresas em setores emergentes. O portfólio de investimentos da Globo Ventures inclui empresas como a Buser (transporte rodoviário), a Enjoei (marketplace de segunda mão), a Quinto Andar (serviços imobiliários), a Gabriel (monitoramento de condomínios) e a Petlove (produtos para animais de estimação). Roberto Irineu Marinho, por sua vez, também tem investimentos pessoais notáveis, como fazendas produtivas que se destacam na cafeicultura, vendendo até para o Japão.
A forma como a Globo Ventures opera ilustra uma abordagem empresarial altamente adaptada ao novo cenário de negócios. A empresa adota o modelo de media for equity, uma opção de financiamento que oferece espaço publicitário em suas plataformas (televisão, rádio, impresso e digital) em troca de participação acionária nas startups. Essa estratégia permite que as empresas investidas acelerem seu crescimento e alcancem um público massivo sem gastar capital financeiro, enquanto a Globo, por sua vez, adquire participações em negócios promissores com seu ativo mais poderoso: o poder de penetração de sua mídia. A fragmentação da audiência e a concorrência crescente no mercado de publicidade forçaram a Globo a buscar novas fontes de receita e valorização. O
media for equity é a resposta a essa necessidade, transformando a empresa de uma mera “emissora de TV” em uma “companhia de conteúdo e investimento”, garantindo que sua influência continue a gerar valor em múltiplos setores, reconfigurando a própria base de sua fortuna.
2.2. Edir Macedo: A Confluência de Fé, Mídia e Finanças
O Bispo Edir Macedo, fundador da Igreja Universal do Reino de Deus e proprietário da Record TV, é uma figura singular na lista de bilionários da mídia. Sua fortuna, estimada em US$ 1,9 bilhão (cerca de R$ 10,3 bilhões na cotação atual), o coloca entre os mais ricos do mundo, conforme a ‘Forbes’ norte-americana.
O império de Macedo é um ecossistema complexo e interdependente que integra religião, comunicação e finanças, um modelo de negócios único no país. A Igreja Universal, com sua “Teologia da Prosperidade”, é um pilar central para o fluxo de capital, prometendo “abundância” e “prosperidade” a seus fiéis que se dedicam ao dízimo e ao trabalho empreendedor. Relatórios de investigações apontam que o dinheiro da igreja, oriundo de doações bilionárias, foi utilizado para financiar a aquisição da emissora em 1989.
A relação simbiótica entre a Universal e a Record TV é evidente na programação, com a igreja assumindo a produção de parte significativa do conteúdo da emissora, incluindo entrevistas, debates, transmissões de cultos e até a produção de novelas e séries desde 2023. Essa integração permite que o grupo utilize a mídia para expandir sua influência religiosa e, ao mesmo tempo, use a estrutura da igreja para sustentar a operação da rede de TV.
A estratégia de Macedo também se reflete em suas manobras no mercado financeiro. A venda do Banco Digimais, controlado pela holding do bispo, é um exemplo notável de sua gestão de portfólio. A transação, que depende de aprovação do Banco Central, representa um desinvestimento em um ativo de varejo que enfrentou problemas de prejuízo e inadimplência após a pandemia. A venda permite que o grupo se desfaça de um negócio de alto risco e se concentre em outras áreas financeiras, como empresas de fundos de investimentos e gestão patrimonial. Essa movimentação ilustra que a gestão do patrimônio de Macedo é dinâmica, com o capital fluindo entre diferentes setores, sempre em busca de maximizar o retorno.
2.3. O Legado de Silvio Santos: Da TV ao Varejo e à Hotelaria
O legado de Silvio Santos, que faleceu em agosto de 2024, continuou a gerar valor para sua família. Um ano após sua morte, a viúva Íris Abravanel e as seis filhas herdeiras (Cíntia, Silvia, Daniela, Patrícia, Rebeca e Renata) entraram para a lista de bilionários brasileiros da ‘Forbes’ com uma fortuna de R$ 6,4 bilhões. O patrimônio da família é um caso exemplar de como a diversificação é fundamental para a proteção e a longevidade de um império.
A riqueza dos Abravanel não se restringe ao Sistema Brasileiro de Televisão (SBT). A base de seu patrimônio é solidamente ancorada em negócios tangíveis e lucrativos, como a indústria de cosméticos e perfumaria Jequiti e a Sisan Empreendimentos Imobiliários. A Jequiti, por exemplo, se tornou a segunda maior fonte de receita do Grupo Silvio Santos, com vendas anuais que já ultrapassaram os R$ 523 milhões. A Sisan, por sua vez, atua na gestão de ativos e na incorporação imobiliária, sendo responsável por projetos de sucesso como o complexo Jequitimar Guarujá Resort, que inclui hotelaria,
shopping e condomínio residencial.
A estratégia de diversificação em setores como varejo, hotelaria e imóveis é crucial para a proteção do legado em um momento de sucessão. Esses negócios garantem um fluxo de receita mais previsível e menos volátil do que o mercado de mídia, permitindo que o SBT opere sem a pressão de ser a única fonte de faturamento do grupo. Essa solidez financeira garante a continuidade do clã na elite brasileira e ilustra a importância de construir um império multifacetado para navegar os desafios da transição geracional.
Tabela 1: Patrimônio das Famílias Marinho, Macedo e Abravanel (2025)
Família | Membros Principais | Patrimônio Estimado (R$) | Origem da Fortuna |
Marinho | José Roberto, João Roberto, Roberto Irineu | R$ 51 bilhões | Grupo Globo (TV, rádio, jornais) e mais de 30 empresas em tecnologia, imobiliário, transporte e agronegócio. |
Macedo | Edir Macedo e família | R$ 10,3 bilhões | Record TV, Igreja Universal do Reino de Deus, redes de rádio, Banco Digimais (vendido) e gestão patrimonial. |
Abravanel | Íris Abravanel e seis filhas | R$ 6,4 bilhões | SBT, Jequiti (cosméticos), Sisan (imóveis), Jequitimar (hotelaria). |
Fonte: Adaptado de dados da ‘Forbes’ 2025
3. O Novo Campo de Batalha: Disrupção Digital e Respostas Estratégicas
3.1. A Fragmentação da Audiência e o Crescimento de Novos Players
O cenário da mídia brasileira em 2025 é marcado por uma intensa fragmentação da audiência, impulsionada pelo crescimento de novas plataformas e pela disputa por direitos de transmissão. O modelo tradicional de TV aberta e paga enfrenta a concorrência de canais digitais como a CazéTV, que acumula mais de 21,8 milhões de inscritos no YouTube e detém direitos de campeonatos como o Brasileirão, a Liga Europa e a Copa do Mundo de 2025. O mercado de direitos esportivos, em particular, se tornou um campo de batalha, com o Brasileirão de 2025 sendo transmitido por múltiplos
players — Globo, Record, CazéTV e Amazon Prime Video.
A popularização do streaming e das transmissões digitais criou um problema de mensuração para o mercado publicitário. Sem uma métrica padronizada, a TV linear e as novas plataformas digitais não podiam ser comparadas de forma justa. A resposta a esse desafio veio da Kantar IBOPE Media, que lançou o Sports Audience Measurement (SAM). A nova solução pioneira mede a audiência de competições esportivas em TV aberta, TV paga e
streaming sob uma única régua, fornecendo dados comparáveis e padronizados para o mercado.
A importância estratégica dessa ferramenta foi demonstrada pela Record TV. Em um evento para anunciantes, a emissora utilizou dados do SAM para afirmar que sua audiência de futebol no primeiro trimestre de 2025 foi cerca de 15 vezes maior que a da CazéTV em transmissões compartilhadas. Essa movimentação ilustra que a competição no mercado de mídia não se dá apenas pelo conteúdo, mas também pela métrica que o quantifica. A criação e o uso estratégico do SAM representam uma sofisticada contraofensiva dos
players tradicionais para defender o valor da audiência da TV aberta e manter sua relevância no mercado publicitário.
3.2. A Contra ofensiva da Mídia Tradicional: O Caso da GE TV
A Globo, em resposta direta à disrupção digital e ao sucesso da CazéTV, lançou a GE TV. O novo canal, descrito como uma “marca de combate”, foi criado para disputar o mercado de entretenimento esportivo no YouTube sem canibalizar o lucrativo negócio do SporTV na TV por assinatura. A estratégia da Globo é clara: adaptar a linguagem para um público mais jovem, das gerações Z e Alpha, que prefere o consumo de conteúdo em plataformas digitais.
A GE TV já nasceu com uma estrutura robusta. A equipe é composta por nomes com forte apelo no universo digital, como Jorge Iggor (ex-TNT), Mariana Spinelli (ex-ESPN) e Fred Bruno (ex-Desimpedidos), que comandam transmissões ao vivo com uma linguagem informal e descontraída, onde até o uso de palavrões é permitido.
O canal também herdou um portfólio de direitos de transmissão impressionante, com partidas do Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil, Libertadores, além de modalidades como vôlei e skate.
Um dos movimentos mais impactantes foi o acordo com a NFL, que garante a transmissão de jogos da liga de futebol americano, incluindo o Super Bowl 2026, em TV aberta e na GE TV, dividindo os direitos com a ESPN, CazéTV e RedeTV!.
O modelo de negócio da GE TV é focado na monetização publicitária. A emissora disponibilizou cotas de patrocínio fundadoras no valor de R$ 40 milhões (preço de tabela), com metade desse plano já comercializada. Essa abordagem de monetização, combinada com a estratégia de “dupla identidade corporativa” —protegendo o SporTV enquanto lança a nova marca— demonstra a sofisticação da Globo em se adaptar ao novo cenário competitivo.
3.3. Xsports: O Surgimento de um Canal 100% Esportivo na TV Aberta
Ainda no contexto de transformação do mercado, o lançamento da Xsports pelo Grupo Kalunga em 16 de agosto de 2025, como o primeiro canal 100% esportivo na TV aberta, representa uma nova e ousada movimentação. O canal aposta em uma grade diversificada, com programação 24 horas e foco em eventos ao vivo.
A estratégia de negócios da Xsports é particularmente notável. Em vez de adquirir diretamente os direitos de grandes competições, a emissora se baseia em acordos de sublicenciamento. O mais significativo deles é a parceria com a ESPN, que permite à Xsports transmitir jogos de ligas europeias como a Premier League, La Liga, Serie A e Liga Portugal. Esse modelo reduz o risco financeiro de uma nova operação ao evitar os custos proibitivos de aquisição direta, que dominam o mercado.
A Xsports também investiu em uma equipe de profissionais com experiência consolidada no jornalismo esportivo, incluindo nomes como Milton Leite e Mauro Beting. O canal visa se tornar um “ponto de encontro do esporte” na televisão brasileira, explorando um nicho de mercado ainda pouco explorado na TV aberta.
Tabela 2: Panorama da Disputa por Direitos de Transmissão Esportiva (2025)
Competição | Player(s) | Plataforma(s) | Direitos/Observações |
Campeonato Brasileiro Série A | TV Globo, SporTV, Premiere | TV aberta, fechada, PPV | 9 jogos/rodada, 8 exclusivos |
Campeonato Brasileiro Série A | Record TV, CazéTV | TV aberta, streaming | 1 jogo/rodada, compartilhado com Premiere |
Campeonato Brasileiro Série A | Amazon Prime Video | Streaming | 1 jogo/rodada, exclusivo |
Copa do Brasil | Grupo Globo | TV aberta, fechada, streaming | 5 jogos na GE TV |
Copa Libertadores | Grupo Globo | TV aberta, fechada, streaming | 5 jogos na GE TV |
Eliminatórias Copa do Mundo | Grupo Globo | TV aberta, streaming | Transmissão de jogos da seleção |
NFL | Grupo Globo, ESPN, CazéTV, RedeTV! | TV aberta, fechada, streaming | Direitos compartilhados. Super Bowl 2026 na Globo |
Premier League | ESPN, Xsports | TV fechada, TV aberta | Sublicenciamento para Xsports |
4. O Poder Imaterial: Influência Cultural, Social e Política
4.1. O Papel das Novelas e Programas de Auditório na Cultura Brasileira
O poder das dinastias da mídia no Brasil não pode ser mensurado apenas em termos de patrimônio financeiro ou audiência. A influência imaterial, exercida através de seus conteúdos, é um ativo estratégico de valor incalculável.
A teledramaturgia da Globo, por exemplo, transcende o entretenimento para atuar como um veículo de reflexão social e cultural. Novelas como “Dancing Days” e “Vale Tudo” abordaram temas complexos como a emancipação feminina, o combate à corrupção e os novos estilos de vida, exercendo um impacto perceptível em comportamentos sociais, como a redução das taxas de fertilidade em mulheres com idades mais avançadas. Ao inserir pautas do cotidiano e misturar ficção com a realidade social do país, as novelas se tornam uma ferramenta de debate e de modelagem da opinião pública.
De forma semelhante, os programas de auditório do SBT de Silvio Santos estabeleceram um legado de conexão com o público popular. Formatos como o “Show do Milhão” e “A Casa dos Artistas” se tornaram fenômenos culturais, com o último sendo um pioneiro no formato de reality show no Brasil, desafiando a concorrência direta com a Globo. A exposição de histórias íntimas de pessoas comuns nos programas de auditório se conecta de forma profunda com um público predominantemente feminino, criando um senso de proximidade e comunidade que reforça a lealdade à emissora. Essa capacidade de interagir e espelhar a vida cotidiana de milhões de brasileiros é um ativo de influência que transcende as métricas de audiência e contribui para a longevidade da marca.
4.2. Linhas Editoriais e a Luta por Narrativas
A relação entre as dinastias da mídia e o poder político é uma dimensão crucial de sua influência. Essa relação, muitas vezes, é pautada não por uma ideologia fixa, mas por um pragmatismo estratégico para a manutenção de suas concessões de TV, que são outorgadas pelo governo.
A Rede Globo, por exemplo, apesar de reconhecer erros históricos como o apoio ao golpe militar de 1964 , sempre manteve uma linha editorial que se alinha aos governos, buscando estabilidade e segurança para seus negócios.
A Record TV de Edir Macedo, por sua vez, demonstrou uma clara afinidade editorial com o governo anterior, sendo descrita como uma “apoiadora de primeira linha” de Jair Bolsonaro e contribuindo para a normalização do populismo. No entanto, a emissora também demonstrou flexibilidade, buscando uma aproximação estratégica com o governo atual, o que aponta para uma adaptabilidade política com foco nos interesses corporativos.
O legado de Silvio Santos é o mais emblemático do pragmatismo político. Ele sempre prezou por uma boa relação com os presidentes, desde a ditadura militar, e chegou a descrever-se como um “office boy de luxo” dos governos. Essa abordagem garantiu a renovação de suas concessões e a segurança de seu império, inclusive com a criação de quadros como “A Semana do Presidente” para divulgar os feitos do governo.
A fortuna das famílias da mídia e seu poder de influência estão intrinsecamente ligados à sua habilidade de navegar a política brasileira. O conteúdo editorial de seus telejornais e programas é, em última análise, um ativo que pode ser usado para proteger o negócio. O poder de influenciar a opinião pública e a necessidade de se manter em boas relações com os detentores do poder político coexistem, formando uma dinâmica complexa e multifacetada que define a atuação dessas dinastias.
5. Conclusão e Perspectivas Futuras
A análise do patrimônio combinado de R$ 71,8 bilhões das famílias Marinho, Macedo e Abravanel revela que a verdadeira história de seus impérios não está na mídia por si só, mas na capacidade de usar a mídia como um catalisador para a diversificação e a expansão de seus negócios.
O poder dessas dinastias evoluiu de um monopólio no broadcasting para um domínio multiplataforma e de múltiplos setores, onde o patrimônio material e a influência imaterial se reforçam mutuamente.
A Globo, com sua estratégia de media for equity, demonstra como uma empresa de mídia tradicional pode transformar seu ativo central em capital de risco, garantindo uma presença em setores emergentes da tecnologia. O império de Edir Macedo é um caso único de sinergia entre religião, mídia e finanças, enquanto a família Abravanel ilustra a importância de um legado construído sobre bases sólidas e diversificadas para garantir a longevidade e a transição geracional.
O futuro do mercado de mídia e entretenimento no Brasil será cada vez mais complexo e competitivo. A ascensão de novos players como a CazéTV e a Xsports, a fragmentação dos direitos de transmissão e a luta por métricas e narrativas digitais continuarão a desafiar o modelo tradicional. A resposta das emissoras, por meio da criação de “marcas de combate” como a GE TV e da adoção de novas ferramentas de mensuração, demonstra que a guerra por audiência e poder está longe de terminar. A capacidade de adaptação, a flexibilidade e a diversificação serão as chaves para a longevidade de todas as dinastias da mídia.
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